São Pedro contra São Paulo

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

é tanta água na cabeça
que não sei nem começar
chove tanto todo dia
que perigo me afogar
sei que escrever que eu nado
não me ensina a nadar

como o povo de São Paulo
eu também me sinto ilhada
não adianta o guarda-chuva
se minhas pernas tão molhadas
e se a água das torrentes
não têm medo de escada

sobe o nível do riacho
desce o nível da minha vida
chego perto do diacho
e me sinto mais sofrida
me sinto num paradoxo
vou a baixo na subida

mas de nada adianta
se jogar lixo na rua
enche a casa do vizinho
enche a minha, enche a tua
e depois vem me dizer
que é culpa da prefeitura

é culpa de todos nós
é triste mas é assim
cabe a mim te alertar
e você falar pra mim
que se o mundo afundar
não será o nosso fim

já falaram pro Noé
que ele vai ter que voltar
já chamaram o guiness book
pra poder testemunhar
que choveu que foi dilúvio,
fique ao lado do seu par.

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2 Comentários:

Blogger marília carvalho disse...

que legal!!

18:35:00  
Anonymous Aristóteles disse...

quem faz arte e esquece da política faz omelete sem ovo.
quem faz arte e esquece da política esquece do povo.

18:43:00  

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Escrever em sete sílabas

é tarefa bem difícil

dizem que só cabra-homi

que consegue esse ofício

mas eu vim é pra provar :

Mais embaixo é o orifício

Por Rosa Maria Siqueira (orkut)